Exemplo de empresas que fizeram cisão, fusão e incorporação

Frequentemente, vemos notícias sobre empresas que adquirem outras. Essa prática, chamada de operação jurídica, são previstas na Lei nº 6.404/76,…

Frequentemente, vemos notícias sobre empresas que adquirem outras. Essa prática, chamada de operação jurídica, são previstas na Lei nº 6.404/76, conhecida como Lei de Sociedades Anônima. Divididos entre cisão, fusão e incorporação, o processo pode ser realizado entre organizações do mesmo ramo ou de setores diferentes, dependendo do objetivo de cada empresa.

Os motivos que levam os empreendedores a se unirem a outras organizações são diversos: tornar majoritária no mercado que atua, reduzir a concorrência, diminuir os custos, reorganizar o quadro societário, lançar novos produtos, aumentar o alcance da marca, entre outros.

Existem vários exemplos de empresas, muitas delas bem conhecidas no mercado, que passaram por esses processos. Hoje, vamos apresentar algumas delas, mas antes, vamos explicar qual a diferença entre cisão, incorporação e fusão.

Diferença entre fusão, cisão e incorporação

Apesar de semelhantes, os termos apresentam importantes diferenças que influenciam diretamente nas empresas originárias. Além disso, as operações também possuem objetivos distintos, que devem ser considerados antes de iniciar o processo.

Fusão: união de duas ou mais empresas para gerar uma organização nova. Nesse caso, as companhias originárias deixam de existir e o patrimônio, bem como direitos e obrigações, passa a ser de responsabilidade da atual. São cinco categorias de fusão: vertical, horizontal, conglomerado e extensões de mercado, e produto.
Cisão: é a transferência dos bens da empresa para uma ou mais organizações. A transação pode ser realizada com uma companhia já atuante no mercado ou que foi criada especificamente para esse fim. A empresa originária pode ser encerrada ou não, dependendo do tipo de negociação. A cisão pode ser total ou parcial.
Incorporação: uma ou mais empresas são absorvidas por outra. Nesse caso, elas deixam de existir e toda a estrutura é transferida para a incorporadora, que mantém sua natureza jurídica. A incorporação por ser feita de forma horizontal, vertical ou por sociedade controladora.

Algumas empresas que passaram pelos processos

Ambev e Do Bem

Ambas do setor de bebidas, as empresas têm públicos diferentes. Enquanto a Ambev é uma das líderes em bebidas alcoólicas, a Do Bem é mais conhecida por produzir sucos naturais e chás.

A fusão aconteceu em 2016, quando a Ambev adquiriu a fábrica de sucos e chás com o objetivo de se fortalecer no mercado de bebidas não-alcoólicas com a diversificação do seu portifólio de produtos.

Já a Do Bem, têm à disposição uma infratutura mais robusta que possibilita do aumento da produção e a distribuição em mais áreas do país.

Coty e Kylie Cosmetics

Duas empresas bilionárias que se uniram para ampliar a participação no mercado de beleza. Proprietária das marcas Wella, Risqué, Monange e Rimmel, a Coty desembolsou US$ 600 milhões para adquirir 51% da startup da socialite Kylie Jenner, da família Kardashian.

No caso da Coty, a estratégia é atrair o público jovem, fiel consumidor dos produtos da marca Kylie Cosmetics.

International Meal Company (IMC) e MultiQRS

À primeira leitura, esses nomes podem não significar muita coisa. Mas, quando se olha para as empresas controladas por essas organizações, é possível dizer que o mercado de fast food brasileiro ficou ainda mais forte.

Detentora das marcas Frango Assado, Brunella, Olive Garden, Viena, entre outros, a IMC incorporou, em 2019, a MultiQRS, responsável pelas franquias Pizza Hut, Taco Bell e KFC no Brasil. A união deve gerar uma receita bruta de R$ 2,3 bilhões e mais de 460 pontos de vendas.

Google, Looker e FitBit

O mercado já está acostumado com as operações jurídicas relacionadas à gigante da tecnologia. Em 2019, ela conclui mais duas compras: a Looker Data Sciences, empresa de armazenamento em nuvem por US$ 2,6 bilhões; e a FiTBit, de relógios inteligentes, por US$ 2,1 bilhões.

Magazine Luiza, Netshoes e Estante de Virtual

Em 2019, a loja, que hoje é uma das maiores vendedoras de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis resolveu investir em outros produtos. Para diversificar, adquiriu a loja de produtos esportivos Netshoes, e a Estante de Virtual, que vende livros novos e usados.

O objetivo da Magazine com essas aquisições é ampliar o portifólio e se tornar líder em e-commerce no Brasil.

MRV e Log

A construtora MRV ampliou seu mercado imobiliário ao comprar a Log, empresa de galpões de logística. Com a cisão, a Log viu seu capital ser ampliado em, pelo menos, R$ 100 milhões. O lucro registrado no primeiro semestre de 2018, foi de mais de R$ 23 milhões.

Natura e Avon

A compra da Avon pela concorrente direta Natura, colocou a marca como a 4ª maior empresa no ramo da cosmética no mundo. O faturamento anual ultrapassou os US$ 10 bilhões e garantiu a presença das marcas em cem países.

Ambas atuam com consultores e vendedores independentes. Após a aquisição, elas somam mais de 6 milhões de representantes e 3,2 mil pontos de venda em todo o mundo.

Disney e Fox

O mercado audiovisual também tem suas operações jurídicas. Recentemente, a produtora de filmes The Walt Disney Company comprou a 21st Century Fox, responsável por diversas por grandes produções para cinema e televisão. A aquisição foi realizada mediante pagamento de US$ 52,4 bilhões que incluem estúdios, canais internacionais, além de canais de televisão por assinatura. São mais de 13 marcas que, desde então, estão sob comando da Disney.

As operações jurídicas podem, e devem, ser benéficas para todas as empresas envolvidas. Seja para agregar produtos e serviços, renegociar dívidas ou ampliar o mercado de atuação, o importante é consultar um profissional para verificar a viabilidade do negócio e garantir que o processo será realizado de forma transparência e correta.